José Lello. Quem melhor para responder à insistente e irritante pergunta de António José Seguro? Com aquele ar de enfado com que Lobo Antunes descrevia Vergílio Ferreira, quando explicava que queria ser escritor como o mestre, António José Seguro repetiu até à exaustão: “qual é a pressa?” Pois bem, Lello respondeu rapidamente: “o mais breve possível”. A passos largos, aquilo que os socialistas sempre criticaram no PSD (o excesso de debate e disputa internos), parece estar a acontecer-lhe também. Talvez porque cheira a poder, talvez porque Sócrates acordou mal disposto ou com vontade de dizer alguma coisa aos seus camaradas. O que é certo, é que há pressa. E talvez haja quem apareça por aí, algum daqueles que “anda por aí”. António Costa? Quem sabe. A conjuntura eleitoral promete, e vai ser curioso ver como se porta o partido que se assume como alternativa de Governo, mesmo sem convencer totalmente os portugueses de que o consegue.
“É a opinião do secretário-geral. Eu não tenho a mesma. O meu interesse seria desligar [o congresso] o mais possível do acto eleitoral, que é intenso e, logo a seguir, teremos o debate do orçamento que também vai ser muito intenso. Se o secretário-geral acha que não há pressa, pronto, logo se verá. Por mim, tudo bem.(…) Este ano é um ano eleitoral com muita intensidade. Penso que o PS pode vir a ter um resultado retumbante nas eleições autárquicas. Porventura, o ambiente de disputa do congresso pode, efectivamente, comprometer ou contaminar a campanha. O melhor era não haver misturas”.
(José Lello, em declarações aos jornalistas, no Parlamento)