Uma das coisas de que começo a orgulhar-me é do facto de conseguir manter uma lareira acesa. Junto à lareira, procura-se esse calor que nos liberte do frio com que os dias de crise nos vão cortando a pele. O crepitar da lenha seca leva-nos o pensamento para mais longe, para as recordações, para nos deixarmos envolver por um bom livro. Para sentirmos a casa como uma fortaleza. Para não querermos sair de perto destes pensamentos. É pena que aprendamos tanta coisa na escola, mas não aprendamos mais, como antigamente, a acender a lareira. Como a apertar os sapatos, ou outras coisas verdadeiramente úteis. Porque, não tendo lareira, dificilmente teremos este espaço de memórias, de imaginário, de aconchego. E é pena.