2 de Novembro de 2012 – Pontes sem margens

Tem caído em desuso a construção de pontes com uma margem num feriado e outra num fim-de-semana. Nesse entremeio, construía-se um descanso ou um fazer qualquer outra coisa que nos libertasse do dia-a-dia. Agora não. Há uma margem, outra margem e esse rio imenso que é o dia do meio. Ou então um imenso tabuleiro sem apoio nas margens. Onde, cada vez mais, são os sonhos, os ideais, as convicções que se vão colocando, sem poderem circular de margem a margem. Porque, de um lado e de outro, há sempre alguém a afastar a ponte. Deixando tudo isso suspenso. Afastando tudo isso. Para que tudo isso caia por terra.

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