É absolutamente intragável a quantidade de notícias que referem o FMI, produzidas hoje, dizendo tudo e o seu contrário. Os mesmos que nos impuseram medidas duras, para conseguirmos não só recuperar a economia como pagar o empréstimo que nos fizeram (será que isto é mesmo possível fazer-se ao mesmo tempo?). Esses, a acreditar no que nos dizem as notícias, tanto dizem que estamos no bom caminho, como alertam para o facto de austeridade fazer aumentar o desemprego, como, a seguir, dizem que esse mesmo desemprego não é só culpa da austeridade. Todavia, esta ausência de lógica parece ser o que, realmente, faz sentido. Num âmbito completamente diferente, o Benfica, a campanha eleitoral também tem sido fértil em contradições. Luís Filipe Vieira diz que não quer debater com Rui Rangel, porque um debate seria “lavagem de roupa suja”. Mas os lavadores, apesar de não o fazerem face a face, lá prosseguem na labuta, e lavam roupa suja “por tabela seca”, trocando mimos à distância. Quanto a nós, com o FMI, não temos essa sorte. Porque, no que diz respeito a lavagem de roupa suja, só há um lado da barricada que o faz. Quem tem de trabalhar para lhes pagar.