18 de Outubro de 2012 – Para Angola, e em força

É célebre a frase de Mark Twain (recentemente revisitada por Eunice Muñoz) que dava conta de que «as notícias sobre a minha morte são manifestamente exageradas». Às vezes, temos essa sorte. Outras, «onde há fumo, há fogo». E no meio de tudo, estamos nós. Algures entre a verdade e a mentira, e as meias verdades, vamos sendo bombardeados com notícias. Difíceis de localizar no prato da balança, se são boas ou más. Hoje, como nos últimos dias, são as próprias notícias (ou melhor, os seus «fazedores» e veículos) que estão em causa. A Lusa pode ver condicionada a sua vocação de serviço público. O Público, jornal, limita o seu quadro e, com isso, a sua capacidade de informar. E hoje, em jeito de granada, pronta para explodir ao retardador, é notícia uma suposta venda da Global Notícias a um grupo angolano sem rosto. Diário de Notícias, Jornal de Notícias, O Jogo e TSF, que resumem, grosso modo, a história do jornalismo português, sujeitam-se, num estalar de dedos, a mudar de mãos, para um grupo desconhecido. Quando não vemos a cara dos interlocutores, a conversa gera desconfiança, mas um pensamento tão básico talvez não perpasse pela cabeça de quem decide estas coisas. «Para Angola, e em força», mas desta vez ao contrário. A caminho de uma nova forma de colonização. Talvez, por via dos negócios, desta vez ao contrário.

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