Dentro de quatro dias, a Real Irmandade da Rainha Mafalda irá homenagear o professor Arnaldo Cardoso de Pinho. Apesar da eminência no campo das ciências sociais e humanas, e mais concretamente na Teologia, o doutor Arnaldo nunca deixou de ser, à imagem de Alberto Caeiro, um guardador de rebanhos, que se assume do tamanho do que vê e não da sua altura, ao olhar pela janela da casa da sua aldeia. Lembro-me de o conhecer, na calmaria do campo que (ainda) cultiva em Fundo de Vila, e que se estende até um riacho. Ali, sem muitas palavras, ensinou-me que a cultura não vem só nos livros, e que os grandes homens não precisam de se anunciar ou engalanar. Simplesmente o são. Nas coisas mais simples. Desde então, cada conversa, cada encontro, cada pequena brincadeira sobre como vão as coisas, é sempre a continuação dessa lição fundamental. A 14 de Outubro, com o Orfeão de Arouca, a Orquestra de Sopros da Banda Musical de Arouca e o mestre organista prof. Nicolas Roger, faremos um concerto de homenagem. Simples. Como o homenageado.