Francisco Sá Carneiro tinha um sonho antigo. Um Presidente, um Governo, uma Maioria. O que Sá Carneiro talvez nunca tivesse sonhado, foi que isso fosse concretizado da forma que foi, com a nuvem negra da “troika”, depois de termos vendido anéis e dedos, sem horizonte, sem futuro e quase sem país. Entretanto, o Governo, por sinal de coligação, vai-se esquecendo de que tem um partido que o suporta, com um ADN próprio, com uma acção própria, com uma implantação no território nacional fundamentalmente de base autárquica. O PSD é, neste momento, o partido mais presente nas autarquias, essas entidades que estão mais próximas das pessoas, e que têm sido bombardeadas com pedidos de ajuda. Das mesmas pessoas que perguntam, legitimamente, como é possível apoiar-se, estar-se de acordo com uma austeridade verdadeiramente asfixiante e esmagadora em relação a qualquer possibilidade de futuro neste país. O PSD, progressivamente, está a deixar de existir, porque esgota, dia a dia, a possibilidade de pôr em prática o que preconiza. Ou algo acontece, ou, a médio prazo, o Partido Popular Democrático, ou Partido Social-Democrata, corre o risco de deixar de existir.