D. José Cordeiro, bispo da diocese de Bragança/Miranda, nem sempre é “canónico” nas opiniões que emite, e é, frequentemente, crítico em relação às posições oficiais da Igreja Católica. Desta vez, não foi crítico, mas avançou com uma sugestão para que a Igreja não fique à espera que as coisas se resolvam por si, ou por outros. D. Cordeiro afirmou, e bem, que as pessoas precisam de ser ouvidas, precisam de partilhar as suas preocupações. Há carências económicas a que não se pode fugir, e a essas, a Igreja, através da Caritas, tem procurado ajudar a colmatar. Seja como for, é uma tentativa de se fazer algo pelo Outro, numa altura em que, por força de tudo e mais alguma coisa, cada vez mais estamos centrados em fazer algo por nós próprios. Ficar indiferente seria, de facto, mais fácil.
“[Seria uma] hora da reconciliação, da escuta, do acolhimento, [para] as pessoas poderem falar. […] Não é só precisar das coisas materiais, mas precisar de tempo, de ajuda espiritual, da palavra de consolação e de conforto”. [Constatamos um] arrefecimento da alegria e da esperança, esta falta de sentido da vida, de horizontes, a todos os níveis, [um] perder o gosto, a alegria de viver”
(D. José Cordeiro, bispo da diocese de Bragança/Miranda)