Diz quem sabe e tem pensado sobre o assunto que o problema essencial da Educação, sobretudo ao nível superior, reside, precisamente, no facto de nos preparar para ganhar a vida, em vez de viver. Andamos todos essencialmente preocupados com ganhar a vida, e não com viver. É pena. Porque, fruto disso, muito nos passa ao lado, e muito deixamos por fazer, ou temos de fazer, necessariamente, mal. Não vivemos, nem tão pouco ganhamos (a) vida. Agostinho da Silva insistia que não seríamos verdadeiramente homens (e mulheres) enquanto não conseguíssemos sê-lo de forma plenamente livre, sem qualquer obstáculo a que possamos crescer, sem preocupações com as formas de troca com base no sistema monetário. Dizia, inclusive, que iríamos percorrer um caminho contrário ao do sistema monetário/capitalista, regressando à troca directa e ao sermos homens “terra a terra”. Será que tinha razão?