«Ó entrudo, ó entrudo / Ó entrudo chocalheiro / Que não deixas assentar / As mocinhas ao soleiro». As quadras, e a música respectiva, são tradicionais da Beira Baixa, e foram também popularizadas por José Afonso. A 23 de Fevereiro, passam 25 anos da morte de um dos mais importantes homens da música portuguesa. Mas, por agora, é tempo de Entrudo. Um ritual profano, de libertação, de fantasia, de quase proibido, ao que se seguem 40 dias de Quaresma, que culminam na Páscoa. Em Arouca, tem-se tentado «plantar» uma tradição, que, pelo menos à vila, nada diz. Queima-se o compadre e a comadre, numa espécie de ritual de expiação, depois de se ler os testamentos, em que «o não levar a mal» dá espaço a alguma crítica social. Imagens que ficam, no correr dos dias. Numa réstia de esperança que também começa a arder.