Afinal há mais quem seja contra o decreto que nos obriga a mudar de língua. Quando Vasco Graça Moura decidiu não aplicar o (des)acordo no CCB, soube-se que há mais quem defenda que este tipo de mudanças tem de ser feito «de baixo para cima», ou seja, depois de uma necessidade detectada na sociedade, e não imposta por decreto. Há várias iniciativas que visam tentar parar esta «onda assassina». As notícias dizem-nos que, hoje, um cidadão vai ao Parlamento defender uma petição que propõe um referendo. Continua em curso a Iniciativa Legislativa de Cidadãos que, desde 2010, luta por um projecto de decreto-lei parlamentar que suspenda o (des)acordo. Continua a circular uma petição que, dizem as notícias, já reuniu mais de 100.000 assinaturas. Há, ainda, uma queixa que deu entrada na Provedoria de Justiça, que alega que este (des)acordo é inconstitucional, sendo necessária uma revisão constitucional para alterar a ortografia. Uma língua não se muda por decreto, lê-se, e muito bem. Apesar de os labirintos jurídicos fazerem com que esta iniciativa subserviente não tenha oposição possível senão a da resignação de um povo ávido de tudo o que é simples, simplório, provinciano.