Quando a Sara nasceu, eu ainda não tinha 10 anos bem feitos. A Sara era pequenina, do tamanho da prima mais nova da família. Mais ou menos um ano depois, desafiámos tudo e todos, e acabei por ser padrinho de baptismo da Sara. A Sara continuou sempre pequenina, como se condensasse uma vida muito grande em pouco espaço. O dia já passou, mas conta quando festejamos, e hoje festejamos os 22 anos da Sara. Que, na prática, são mais, porque a vida é sempre mais cheia do que nós. O tempo passou depressa, talvez depressa demais. Apesar de sempre pequenina, a Sara é grande. Grande como a borboleta que deixou de ser bicho da seda. Já só lhe acompanhamos o voo à vista, à espera que as asas tenham sempre a cor que lhes foi dada. E que aterre aqui, sempre que for preciso. Parabéns, «pikena».