«Intervalo» é o título da biografia de Carlos Paião, recentemente lançada por Nuno Gonçalves da Paula. A «chegada» deste livro fez com que, de facto, se fizesse um intervalo, para que possa voltar a recordar um dos mais notáveis compositores e letristas da música portuguesa. Paião conseguiu fazer música de uma forma absolutamente voraz, e até um miúdo de oito anos era capaz de trautear as melodias, que se entranham em nós de uma forma mágica. Como os que não são daqui, passou por cá talvez depressa demais. A forma rápida, abrupta, estranha como desapareceu marcou quem gostava de o ouvir, quem se deixava enredar pelas suas palavras, sempre certeiras e, acima de tudo, musicais, quando era assim mesmo que elas tinham de ser. Fica a música, ficam as palavras, o que, de facto, era para si o mais importante. E, se assim era, é o que é mais importante para nós também.