O presidente do Banco Central Alemão, um tal de Jens Weidmann, disse que nós, portugueses, estamos a viver um problema parecido com os alcoólicos crónicos. Estamos sempre a adiar para amanhã a recuperação, e a ajuda que nos estão a dar não nos resolve o problema. Confessemos, o tipo tem piada. Se nos tivesse comparado com os maníaco-depressivos, ou coisa parecida, tinha de enriquecer a imagem com a medicação respectiva, e a coisa talvez não resultasse com o impacto pretendido. Dizer que a malta gosta da pinga, é bonito. Remete-me para o senhor Narciso do «Pátio das Cantigas», que, em conversa com o candeeiro, sabiamente lhe responde: «Compreendi-te. Não te dignas baixar-te até mim, convencido que és alguém. Pensas que, por dares luz a uma simples rua, és igual ao sol que dá luz ao mundo». Pois é, Herr Weidmann. Nós podemos ser alcoólicos, mas ainda conseguimos responder à altura.
«É como um alcoólico dizer que a partir de amanhã vai estar sóbrio e a respeitar as regras, mas que esta noite precisa de beber. (…) Não creio que seja bom dar uma garrafa a um alcoólico. Não servirá para o ajudar a resolver o seu problema».
(Jens Weidmann, presidente do Banco Central Alemão)
A minha pergunta é, quem são os bêbados? Eu, só bebo água.