11 de Dezembro de 2011 – O problema das capitais

Talvez seja um problema exclusivamente português, mas o que é certo é que o «efeito capital» funciona como uma espécie de «sucção» de todo um país para um espaço geográfico confinado a que se chama Lisboa, cujas fronteiras, algures a partir de Vlia Franca de Xira, Alverca, Sintra e Almada, a delimitam do «resto do país». Este efeito de «sucção» fez com que, apesar de a União Europeia estar a proporcionar a Portugal a possibilidade de investir seis milhões de euros em cada dia, a economia só cresceu, nos últimos 10 anos, menos de 0,5%, milhões estes que significam 2% do PIB. Esta é a realidade que resulta do facto de Lisboa estar a absorver fundos comunitários que seriam destinados a outras áreas do país. Isto faz com que uma aparente boa notícia seja apenas isso, aparente. Uma plataforma de indústrias criativas quer fazer de Lisboa uma «capital cultural», em 2013, aproveitando a dinâmica de duas grandes exposições internacionais («Experimenta Design» e «Trienal de Arquitectura»). Já há ideias para programar concertos, entrevistas, apresentações, itinerários, enfim, uma vasta «produção de conteúdos». Novamente em Lisboa. No «umbigo de Portugal», onde tudo acontece. Deixando todo o resto do «rectângulo» de fora. É injusto que Portugal seja só Lisboa. E é demasiado extenuante lutar contra isso.

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