9 de Dezembro de 2011 – Prazeres

Quando, há dias, saí do eléctrico e entrei no Cemitério dos Prazeres, para uma visita, pensei que talvez estivesse a ser de uma excentricidade pouco habitual. Mas um texto publicado hoje no jornal «i», provou o contrário. Desde que visitei Père Lachaise, o famoso cemitério parisiense, onde estão sepultados vultos como Chopin, Poulenc e até Jim Morrison, que fiquei com a sensação que um cemitério também pode ser um espaço de arte. Pois bem, o pequeno passeio pelos Prazeres comprovou isso mesmo. Sem saber, verifiquei que o jazigo de D. Pedro de Sousa Holstein (Duque de Palmela) é o maior e mais antigo jazigo privado da Europa. Mas quem passear o olhar de uma forma mais ou menos atenta, facilmente se surpreende. Como no caso do jazigo dos escritores. Ali, não muito longe da entrada, José Cardoso Pires, Natália Correia, Matilde Rosa Araújo, Rómulo de Carvalho e Fernando Namora, por exemplo. Esculturas de artistas como Teixeira Lopes ou Simões de Almeida. Jazigos onde a maçonaria está claramente representada. Transponho, de novo, o portão que separa a morte da vida. Como na cidade. Como no ruído, que se volta a ouvir. Ainda há sol. Ainda há vida.

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