30 de Novembro de 2011 – Moda, ou voltar ao que era no princípio

No pós-25 de Abril, quando a Lei estava suspensa, foi necessário que o povo, essa entidade muitas vezes abstracta, viesse para a rua, mais do que manifestar-se, ajudar com a sua força de trabalho os que estavam, de forma absolutamente voluntária, à frente da autarquias. Foi assim que nasceram muitas das obras públicas que hoje ainda são estruturais, em muitos municípios. De então para cá, as coisas evoluíram no sentido da burocratização e, até certo ponto, «complexificação» dos processos. Hoje, as autarquias são «máquinas», muitas vezes pesadas, e isso começa a fazer-se sentir. Lisboa, por exemplo, já assumiu não ter capacidade para pagar as horas extraordinárias dos seus funcionários, e o presidente da Câmara teme que, com as quebras nas receitas, a própria gestão dos salários dos funcionários possa ser complicada. Já Cascais avançou com uma ideia diferente. Um projecto de voluntariado que permite aos funcionários da Câmara participarem em acções de apoio a instituições sociais concelhias, mesmo em horário laboral. A tendência, de facto, é esta, e, em muitos casos, já acontece, mesmo que em situações pontuais. Pede-se aos funcionários autárquicos que sejam mais voluntaristas. Como na verdadeira afirmação do poder autárquico, aquela que muitos consideram ser a principal conquista de Abril.

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