O último dia de trabalho é sempre uma espécie de limbo. Não queremos que fique nada por fazer, para que não nos incomodem durante o descanso. Por outro lado, nem sempre conseguimos «apontar» para um destino de sonho, onde nos possamos esquecer completamente do telefone, do horário, dos dias de chuva, até mesmo do mundo, se não estivéssemos em outra parte dele. Neste limbo, somos uma espécie de «message in a bottle». Levados pela incerteza das correntes marítimas, à espera de, no primeiro dia de férias, sermos «recolhidos», «resgatados» algures em outra parte. Para, sem a pressão dos dias, apenas na espuma, podermos dizer: «Olá, por aqui?».