A história é simples. Uma autarquia (no Alentejo) adjudicou um trabalho a um empreiteiro, para pavimentação em cubos dos passeios de uma avenida. Não pagou. O empreiteiro não recebeu, e, por sua vez, não pagou a pedra que utilizou ao seu fornecedor. A solução, para o empreiteiro, foi simples, pelo menos aparentemente. Fazer as contas à pedra em dívida, ir buscá-la ao local onde havia sido aplicada, retirá-la e devolvê-la ao fornecedor, ficando, pelo meio, com o prejuízo da mão-de-obra, mas com o ganho da honra de uma dívida. Entre o passeio calcetado e a lama, a distância pode não ser grande, pelo menos para quem investe e desinveste os milhões dos contribuintes. Para quem tem de escolher, no dia-a-dia, cada uma das pedras da calçada da vida, pouco importa a burocracia, quando o dinheiro devido não chega.