As comissões de protecção de crianças e jovens são, frequentemente, o «salva vidas» de muitas famílias desestruturadas, pondo fim a ambientes de violência, adicções e disfuncionalidades várias. Trabalhando, na maioria dos casos, quase no anonimato, protagonizam, muitas vezes, verdadeiros actos heróicos, devolvendo a muitas crianças e jovens a sua infância e juventude, ainda que apoiados por uma instituição, mas fora de um ambiente familiar que não lhes permitiria uma vida e um desenvolvimento condignos. Mas outra situação bem diferente, e que também se tem vivido recentemente, é a vontade de muitos pais entregarem os filhos a estas comissões, porque não conseguem educá-los. Demitem-se das funções paternais. Não porque não conseguem ter conforto financeiro ou familiar para educar. Mas pura e simplesmente porque não conseguem (ou já não querem) ser pais. «Atira-se» o que não se quer para o Estado, como se o Estado não fôssemos nós também.