O Centro de Estudos Judiciários é a escola que forma os juízes deste país. Ser juiz é, provavelmente, a profissão mais importante de uma sociedade. Dele depende a aplicação da lei, e a lei é o que rege a liberdade e a vida em socidade. Ora, num exame final, em que estaria a ser posta a prova a capacidade dos formandos para se tornarem juízes, deu-se um copianço generalizado, que a direcção do centro resolveu «punir» com a atribuição de nota 10. Ou seja, parece que «o crime compensa», o que não é muito abonatório para quem quer, precisamente, contrariar e punir o crime. No sentido ais literal (e o pior possível), a Justiça parece estar mesmo cega. Com esta decisão, a direcção do CEJ demonstra que vale a pena ser esperto, vale a pena trapaçar, vale a pena fazer batota, porque alcançamos sempre, pelo menos, o mínimo necessário. É assim, no fundo, Portugal.