20 de Maio de 2011 – Sócrates na via da derrota

Deve ter sido o debate mais visto de todos, e deve ter sido também o mais surpreendente de todos. De Sócrates, pouco se soube. Não se sabe o que pensa do país, o que pensa para o país, o que pensa com o país. Existe, quer continuar a encenar a sua peça, quer continuar a contar-nos histórias através do seu teleponto, quer continuar a criar uma realidade melhor do que a (dura) realidade. E acusa o PSD, esse «demónio anti-Estado-Social», de querer acabar com tudo quanto é público. E puxa da demagogia, quando sabemos que a saúde não é 100% gratuita. E não diz o que quer fazer com a taxa social única, apesar de ser ter comprometido com o FMI a tomar medidas. Preferiu discutir o programa do PSD, escondendo os 700 mil desempregados, quando tinha prometido 150 mil empregos, com olhar fugaz e certeiro, há seis anos e uns meses. Com serenidade e assertividade, Passos Coelho venceu este debate. Porque ser novo não é necessariamente mau. Porque ser inexperiente não acarreta o fardo de péssimas medidas. Porque não se lhe conhece a mentira. A mentira de Sócrates, por exemplo quanto aos empregos que prometeu, é proporcional à forma como aumentou a dívida pública, desde que é Primeiro-Ministro. E, não nos esqueçamos, prometeu uma estrada a Arouca. Uma estrada por onde ainda há-de voltar, para voltar a prometê-la.

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