Nos tempos mais recentes, o primeiro fenómeno de bancarrota de um país veio de paragens pouco familiares. Aí, não pairava o fantasma do FMI, nem a Alemanha se levantou a favor nem contra. Esse país foi a Islândia, que, silenciosamente, deu ao mundo uma enorme lição de cidadania. Deixámos, rapidamente, de ouvir falar da Islândia, envolvida, de forma subtil, na nuvem de um vulcão financeiro, connosco no epicentro do fenómeno. O povo islandês decidiu que a solução não passa nem pela esquerda, nem pela direita. Passa pelo povo. Um povo que decidiu repensar as posições dos bancos. Um povo que tomou o poder de decisão nas próprias mãos, fazendo eleger uma nova assembleia legislativa, com o propósito de reformular as leis fundamentais do país. Nós, esquecemos a Islândia.