Hoje, apesar de todo o frenesim político e social, talvez seja melhor ser Dia Mundial da Poesia, em vez de ser menos um dia de (des)Governo. Veio à memória o brilhante jogo que Maria Bethânia faz nos seus espectáculos, entre a música e a poesia. Dizia Natália Correia que a poesia é para comer. É possível, seria desejável que nos alimentássemos mais da poesia, para que pudéssemos ser outro país. Mais culto, mais arrojado, mais galvanizado para vencer os impossíveis. Mas aqui fica, pela voz açucarada de Bethânia, o que o (des)acordo ortográfico estraga. O que poderia ser a igualdade na diversidade, ou a implementação da verdadeira língua portuguesa, será outra coisa qualquer. Esperemos que talvez este Menino Jesus, que bricou com Alberto Caeiro, nos possa ajudar a sermos mais nós, e menos outra coisa.