Primeiro, a terra tremeu. Depois, o mar agigantou-se. O Japão sofreu um dos maiores sismos e maremotos de que há memória. Não se sabe quantos mortos, quantos feridos, quantos desaparecidos ao certo. Sabe-se, apenas e já não é pouco, da imagem de devastação. Antes, durante e depois da catástrofe se consumar. Há centrais nucleares em perigo de explosão, e a coisa pode não ficar por aqui. Teme-se uma reedição de Chernobyl, a acrescentar ao que já vimos acontecer. De entre as imagens de caos e destruição, ficam na memória os incêndios que se seguiram ao primeiro ataque da natureza. Mas o que mais me surpreendeu foi o avanço, lento e determinado, das águas cheias de entulho pela pista de um aeroporto nipónico. Os cinco elementos vão-nos avisando de que somos ainda mais insignificantes do que pensamos. E parece que nem assim os escutamos.