Rui Massena é maestro, compositor e também dono de um penteado que o identifica. Hoje, podemos ler uma entrevista sua à revista «NS», onde fala sobre liderança, sobre o seu confronto com o mundo académico, sobre a forma descomplexada e profissional como encara a sua vida musical. Mas, mais do que isso, foi bom ler as suas impressões sobre a Academia de Música de Vilar do Paraíso, onde, como eu, também teve o privilégio de estudar. Uma escola que, deu para ver, marca. A sua forma irreverente e abrangente de ver a música levaram-no a trabalhar tanto com artistas ditos «pop» como a dirigir a New England Symphony Orchestra, no Carnegie Hall. Segundo Massena, «um líder tem de ser inspirador», mas também tem de ter a autoridade de quem é inspirado, de quem vive e respira a música que quer fazer, que sabe fazer e que sabe que quer fazer.
«A minha autoridade vem de ser músico, de ser capaz de reproduzir também, de compor, de tocar, de me expressar musicalmente. Acho que um líder tem de ser inspirador e a música nasce antes da minha vontade de a transmitir aos outros. Tive de incubá-la em mim até dizer que não me chegava fazer música comigo próprio».
«Eu acho que sou hoje, em grande parte, o resultado de vinte anos a viver completamente à vontade, a ter música como um bem comum, numa escola espectacular, a academia de Vilar do Paraíso [em Vila Nova de Gaia], em que ainda hoje a malta fala através da música, faz amizades através da música, vive e faz a música com um gosto, um prazer extraordinário, ama a música mesmo no sentido do amador de música».
(Rui Massena, maestro da Orquestra Clássica da Madeira, em entrevista à «NS»)