O Secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro, diz que o Tribunal de Contas não tem razão na apreciação que faz da acção do Ministério da Saúde no que diz respeito às operações oftalmológicas. Aliás, para o Secretário de Estado, o facto de o Tribunal de Contas referir a baixa taxa de execução, no que diz respeito à diminuição das listas de espera, e a imprudência na gestão, é elogioso. O que as cataratas de Manuel Pizarro o impedem de ver é o imenso rol de pessoas a quem as operações correram mal, devido à pressão dos números, e que, na esperança de melhorarem a sua qualidade de vida, ficaram irremediavelmente condicionados na sua visão. Há muitos casos, basta procurarmos saber.
«[No primeiro ano do Plano de Intervenção Oftalmológica], 13 das 23 unidades aderentes converteram a produção realizada no âmbito do Programa em produção base de cirurgia de ambulatório por incumprimento dos objectivos contratualizados. (…) [Isto teve como] consequência directa o acréscimo da despesa do erário público em 3.903.921 euros, o que revela imprudência na gestão dos dinheiros públicos, não garantindo deste modo a afectação eficiente destes recursos».
(Relatório do Tribunal de Contas sobre o Plano de Intervenção Oftalmológica)