Decorria (de forma relativamente normal) a Assembleia Municipal, quando o presidente da Academia de Música de Arouca tomou a palavra, para pedir colaboração da Câmara no avanço da instituição. Segundo o dirigente, a Academia tem, neste momento, cerca de 200 alunos (metade do que poderia ter se tivesse a oferta curricular completa). E só não tem mais alunos porque as instalações se revelaram exíguas para acolher os graus de habilitações literárias/musicais correspondentes ao secundário. Mas das intervenções, o que fica é uma profunda desilusão. Ninguém percebeu, das palavras do presidente da Academia, que se trata de uma escola, que confere habilitações literárias, e não um «armazém de filhos», onde estes se divertem a aprender umas notas de música. Estamos a falar da possibilidade de uma formação complementar riquíssima, e com valia curricular. No Porto, o Conservatório está, neste momento, integrado numa escola secundária, e são notáveis as experiências que têm sido feitas com turmas em que se articula o ensino «regular» com o da música. Em Arouca pensa-se nas coisas isoladamente. E, em casos como este, perdem-se oportunidades. Como a de, talvez, por que não, integrar a Academia de Música na Secundária em obras, indo mais além do que o curso profissional que actualmente têm em comum.