Às vezes, por brincadeira, trocavam-me o nome. Chegámos mesmo a ter a honra da sua presença em alguns concertos, em Arouca. Hoje, aos 75 anos, uma das referências da direcção de orquestra em Portugal desaparece. Foi, curiosamente, o primeiro maestro que vi à frente de uma orquestra sinfónica, e, do ponto de vista de muitos músicos de referência, foi um dos principais responsáveis pela divulgação da ópera no Porto. Aliás, Manuel Ivo Cruz chegou mesmo a ser director do Teatro São Carlos, bem como do Círculo Portuense de Ópera e da Ópera de Câmara do Real Teatro de Queluz. Trata-se, portanto, de uma figura de enorme relevo no panorama cultural nacional, que deixa a sua marca no domínio musical, especialmente no Porto, onde, agora, a Casa da Música se assume como referência, em boa parte devido ao trabalho desenvolvido por Manuel Ivo Cruz à frente da Orquestra Clássica do Porto.