7 de Dezembro de 2010 – Bach, a complexa simplicidade

Estudar música sem estudar de uma forma minimamente aprofundada a obra de Johann Sebastian Bach, é impossível. Se a música fosse matemática, Bach era o responsável pelos números e pelas proporções. Se a música fosse arquitectura, Bach seria o responsável pelos seus fundamentos, projectos e desenhos mais pormenorizados. Se a música fosse uma ciência, Bach seria o seu inventor. Bach é o principal responsável por tudo isto, na música. Os fundamentos estruturais de toda a música, como hoje a conhecemos, devemo-la a este génio. Uma música que parece simples, mas rica de ornamentação, imagem sonora do barroco, é, no fundo, muito bem construída, sobre alicerces estruturais firmes e sem qualquer mácula. Bach é assim. Fluido, inspirado, prolífero em obra. Mas o que parece simples, ao ouvido, é, no fundo, de bastante complexidade. Porque, como num edifício, numa estrutura, nada está ali por acaso.

One thought on “7 de Dezembro de 2010 – Bach, a complexa simplicidade

  1. O aspecto minimalista da obra Bachiana observa-se particularmente bem nas suites para violoncelo. E de facto, cada nota não está lá por acaso – tem alguma função, senão não estaria marcada na partitura. Aquilo que, à primeira vista, parece muito fácil de reproduzir, tem uma complexidade impressionante. Não precisou de uma orquestra sinfónica. Não precisou de uma órgão com centenas de registos. Apenas precisou de um único violoncelista e uma única linha melódica para criar a música mais marcante que já ouvi há muito tempo.

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