A nossa percepção da crise está a deixar de ser retórica ou política, e está a tornar-se metafísica. Quando a notícia surgiu no «twitter», primeiro estranhei, mas acabei por entranhar. No «site» do jornal «Público» lia-se o título: «Governo garante que não prevê chamar FMI». A frase pode parecer irrelevante, mas deixar demasiado juntos os verbos «garantir» e «prever», não funciona lá muito bem. Por outro lado, é significativo dos tempos que vivemos. Mas há mais. O FMI não vem aí. O FMI já cá esteve, e nós nem soubemos. Aliás, só soubemos hoje, porque João Tiago Silveira, distinto porta-voz do PS, deu a conhecer que esteve, recentemente, em Portugal uma equipa daquela entidade. Mas ao que parece, foi apenas «uma mera reunião técnica de rotina, como tantas vezes tem acontecido na vida do país ao longo dos anos». Li bem?