8 de Novembro de 2010 – Casa Pia, estaca zero

Em seis anos de julgamento (seis anos, note-se), produziu-se uma série infindável de molhos de papéis, a que se chama processo. Em seis anos de julgamento, a opinião pública foi sabendo dos avanços e recuos de uma condenação que era preciso que fosse efectiva e inequívoca. Em seis anos de julgamento, ficámos sem saber muito bem se o objectivo era julgar os criminosos ou o sistema de justiça, que, reconheçamos, não nos dá a mínima garantia de que funcione como deve ser. Em seis anos de julgamento (seis anos, note-se), o tribunal fez e desfez, e não deu conta de que cometeu uma incongruência absolutamente inacreditável, aceitando uma acusação que inicialmente era relativa a um sábado e que, depois de provado o seu não fundamento, alterou para um dia indeterminado. Abriu-se a «caixa de pandora». Em seis anos, tudo o que se passou foi absolutamente inócuo, vazio, lixo, nada. É isto a nossa justiça?

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