A notícia vem no jornal «Público» de hoje, e levanta algumas reservas. Guimarães quer ter uma orquestra sinfónica. Não fica claro se apenas para a Capital Europeia da Cultura ou se este evento é apenas o pretexto para a sua criação. A notícia é recebida com cautela, sobretudo um dia depois de se anunciarem cortes no financiamento da Cultura, mas também, e sobretudo, porque se sabe o quão difícil tem sido manter em funcionamento as orquestras nacionais. O panorama, sabemo-lo, é extremamente complicado. Temos duas grandes orquestra sinfónicas públicas, com qualidade elevada (Sinfónica Nacional e Sinfónica do Porto), ficando, depois, as restantes a sobreviver com imensas dificuldades (Algarve, Centro, Norte e Beiras). Interessante, tem sido o trabalho desenvolvido pela Orquestra da Madeira, da qual Rui Massena (curiosamente o programador da área da música, em Guimarães) é maestro. Aguardamos mais desenvolvimentos, enquanto ficamos a saber que o orçamento global para a programação de Guimarães Capital Europeia da Cultura (2012) está cifrado nos 41 milhões de euros.
«A proposta de criação de uma orquestra sinfónica sedeada em Guimarães foi anunciada nessa reunião pelo maestro Rui Massena, programador musical da CEC. Esta estrutura será o pilar da programação artística na música, ainda que o Ministério da Cultura tenha dúvidas quanto à sua viabilidade. A tutela alertou a Fundação Cidade de Guimarães, entidade que gere o evento, para as dificuldades de financiamento de uma estrutura deste tipo, lembrando os problemas por que passam as restantes orquestras nacionais».
(in jornal «Público»)
Com certeza que com sede social ali por perto da igreja de Nª Srª da Oliveirinha que é pra condizer a cara com a careta!
Se Guimarães merece… Não tenho dúvidas…
E que seja pra muito tempo.
Ora muito bem!
Vamos lá empreender, e ser criativos, e ser tipicamente portugueses!
Gosto muito de música, especialmente se for bem feita, e adequada, mas deixem dizer-vos, atendendo ao que que é o nosso panorama, neste capítulo das artes, parece-me uma absoluta estupidez!
Até pode ficar barato, o que eu desconfio, mas já temos tantas coisas boas na música e todas periclitantes, pq não robustecê-las, incentivá-las, e dar-lhe sustentabilidade.
As gentes da cultura são do mais típico português.
Pode ser que antes do orçamento, alguém tenha senso.
um abraço
inquieto
Portugal, ou aquilo que alguns portugueses teimam em fazer dele! Sempre megalómanos! Criar projectos, sem sustentabilidade para fazer VER ao mundo… fazer ver a falta de pés assentes nesta terra. Considero muito importante que se invista na cultura sim, considero importante que se renatabilize o que temos. E quanto a “megalomanias”, estas facturas saem sempre caras aos contribuintes, demasiado caras, como se pode sentir, cada vez mais…
Portugal deveria ter pelo menos mais seis orquestras profissionais, atendendo ao número de portugueses e, claro, preencher o nosso panorama musical e cultural.Todos sabemos que um país desenvolvido vê-se principalmente pela sua riqueza cultural,e por esse motivo, faz todo o sentido mais uma orquestra, desta vez na linda cidade de Guimarães. Guimarães agradece e todos os portugueses o deveriam fazer também.