As frases dos professores marcam-nos sempre, pelo respeito que nos merecem, pela sabedoria que (devem) ostentar, pelo conhecimento da matéria de que falam. Contudo, uma vez por outra, há desilusões. Esta foi uma delas. Ouvir um professor de Semiótica e Psicossociologia da Comunicação afirmar, categoricamente, do alto da sua cátedra, que a música não é uma linguagem. Mesmo das verdades indesmentíveis, somos livres de discordar. Aqui, ainda mais. Se a música não é uma linguagem, como podemos explicar que ela nos toque, que provoque em nós sentimentos, que nos faça recordar situações, imagens, ambientes? Só porque ambos os interlocutores podem não dominar totalmente o «idioma», isso não quer dizer que não possamos reagir ao estímulo, sentir, percepcionar a obra de arte de determinado ponto de vista (o nosso). Há anos que me apetecia dizer isto, entre outras coisas.
A música é uma linguagem.
Se não fosse, como é que alguma vez o povo poderia dizer frases como: “isso é música para os meus ouvidos”?
Lamento que haja quem pense o contrário mas aceito.
Mas se não é uma linguagem como é que eu me entendo tão bem com ela?
É curioso: o meu professor de História e Semiótica da Comunicação disse exactamente o contrário, referiu a música como mais um exemplo de linguagem na sociedade.
Ainda bem que há quem seja inteligente, em vez de usar óculos de Penafiel…