13 de Maio de 2010 – Fátima, e um discurso também para dentro

Se há situação que tem surpreendido é a simplicidade (mas também assertividade) com que o Papa tem comunicado com os vários interlocutores. O que prova que a comunicação da Igreja não está a falhar totalmente no seu seio, mas antes nos circuitos da comunicação social. Hoje, em Fátima, o Papa não fugiu às questões fracturantes nem às questões internas, e abordou-as com firmeza, mas de forma delicada. Portugal ouviu com atenção, e não teve como não compreender, tal a clareza com que a mensagem lhe foi transmitida. Depois, à noite, o mar de luz habitual povoou o Santuário, com imagens sempre tocantes. O Papa trouxe a comunicação para um registo familiar. Era esse o «F» que faltava. Depois do Fado, do Futebol e de Fátima, como costumamos dizer em jeito jocoso. Talvez esteja também aí parte do segredo. Nessa relação de família, de que, no fundo, queiramos ou não, estamos carentes.

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