O Governo, aliás como todos nós, vai agindo como uma «barata tonta», e agora, perante as ameaças das agências de «rating», volta a acenar com cortes nas vias rodoviárias previstas, mantendo as grandes obras do TGV e do aeroporto. Contudo, sabemos hoje, nem todas as vias rodoviárias são para deixar cair. A mais cara, curiosamente adjudicada à Mota-Engil, mantém-se, com a justificação de que sairia mais caro ao Estado suspender o concurso do que pagar a obra. E perante isto, continuamos sem saber se, em pleno século XXI, Arouca tem de continuar sem uma ligação rodoviária condigna ou não. Os governantes continuam a passar por cá, queixando-se das dificuldades no acesso, mas, depois do lauto almoço, regressam ao conforto dos gabinetes do Terreiro do Paço, e nós cá continuamos. No tal «Portugal profundo», de quem se vão rindo, vivendo, tranquilamente, à sombra dos sacrifícios destas gentes.