Devíamos, de vez em quando, ter o dom da omnipresença. Dizia alguém que a quem nada faz nada se lhe pede. Talvez sim. Mas não é fácil fazer-se mais quando já se faz muito (ou, pelo menos algo). Era bom, pelo menos algumas vezes (uma vez que fosse) podermos estar nos sítios (vários) que quiséssemos. Experimentar alguma plenitude. Mas, como o homem é intrinsecamente insatisfeito, iríamos querer mais, e depois mais, e mais ainda. Por isso, talvez por isso, não temos o dom da omnipresença, substituído pela liberdade (ou condicionamento) da opção. A opção de acertar ou errar, de aprender ou ignorar, de ter coragem ou desistir. Cada uma com as suas consequências, mas todas possíveis. E mais ainda, talvez. Tantas opções, para substituir apenas uma coisa: a tão desejada omnipresença.