O período pascal é propício à reflexão. Etimologicamente (e mesmo como rito/ritual), Páscoa significa passagem. Da morte à vida, pela ressurreição. Seja porque acreditamos em Deus, seja porque a Primavera é também tempo de renovação, de brotarem as flores depois das folhas caídas, de voltar a surgir o sol depois das nuvens carregadas. Ao fim e ao cabo, a vida é mesmo assim. Curiosamente (ou não), a Igreja Católica é, neste preciso momento, abalada por um escândalo que terá a sua quota parte de verdade e a sua quota parte de ampliação mediática, com todas as consequências que têm uma e outra situação. Talvez seja também tempo de a própria Igreja pensar na sua «Páscoa contemporânea», reagindo firme, ponderada e decididamente às graves investidas que têm sido feitas. Fazendo jus à verdade, como é sua vocação. Fazendo valer a sua justiça, em tantos momentos providencial. Talvez seja tempo de ser Páscoa na Igreja, no mundo, em cada um de nós.
Foto: Filipa Oliveira