Há dois anos, o jantar ficou a meio, e as imagens começaram a passar a uma velocidade cada vez maior pela memória. Houve um frio que teimava em não desaparecer, e por dentro parecia que uma folha de papel se ia queimando a partir do meio, até desaparecer totalmente. Os porquês persistiam sem resposta. Os projectos idealizados pareciam difusos e irrealizáveis a partir dali. Parecia um sonho mau, demasiado real para ser verdade. O tempo passa, os sedimentos acumulam-se ao correr dos dias, mas a marca persiste. Uma marca indelével. Suave. Profunda. Irrepetível. Há pessoas assim, que parecem não ser daqui, e, talvez por isso, passam fugazmente, arrastando todo o brilho atrás de si, como um cometa. Há vivências, partilhas, fotografias tiradas com a mente, que nunca mais desaparecerão. E é aí, na memória, que tudo fica, que tudo permanece. Aí, de onde ninguém pode apagar nada. E onde podemos voltar a viver tudo, as vezes que quisermos.
…saudade….
Quem fala assim, sabe o que diz e o que sente.
Bonito
A memória obriga-nos a ter ancoras
na positividade do pensamento e acção de quem nos é querido.
Sei do que falas, sei o que sentes.
Deixo aqui o meu aplauso em memória de alguém que deixou saudades por muitos amigos a quem marcou pela sua alegria de viver e boa disposição. Que saibamos todos honrar a sua memória alegrando-nos e saboreando o que a vida tem para oferecer, agradecendo o que temos e o que podemos dar.