27 de Dezembro de 2009 – A magia da «Flauta Mágica»

papagenoEsta ópera de Mozart tem mesmo a magia de nos «agarrar». A beleza do singelo a que Mozart nos habitua está aqui, na sua plenitude. Plena de evocações iniciáticas e maçónicas, mas também enriquecida com diálogos sem música, para além do factor moral, a «Flauta Mágica» é um exercício de beleza, de cultivo do belo, de exaltação do bem. Apesar de ser interpretada em alemão (graças sejam dadas pelo sistema de legendagem dos DVD’s), a história é perceptível, e quase se nos agarra à pele, porque não é mais do que uma fábula, ou uma metáfora (e que bela metáfora) da nossa vida de todos os dias, só que vivida de outras formas. Mas tudo o que somos, vemos, temos, fazemos e provocamos está lá. Cabe-nos percorrer o caminho traçado, absorvendo os elementos fundamentais da natureza, como Tamino com Pamina, e não sermos demasiado como Papagenno, apesar de sermos, como costumamos ouvir dizer, intrinsecamente bons. Há muita magia nesta peça. Vale a pena descobri-la.

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