9 de Dezembro de 2009 – Medina Carreira, «a rasgar»

medina-carreiraO homem quando fala, fala alto e a sério. Sem «papas na língua», Henrique Medina Carreira voltou a arrasar, disparando em todas as direcções. Dizendo alto o que a maioria de nós diz baixinho, Medina Carreira reduziu o programa Novas Oportunidades a cinzas (é, segundo o ex-Ministro, uma trafulhice), e não poupou críticas aos deputados, dizendo que, das mais de duas centenas dos que povoam São Bento, apenas 30 se devem aproveitar. As últimas «bojardas» surgiram num debate promovido pelo Casino Figueira, e estão hoje no «Jornal de Notícias». Lendo as declarações de Medina Carreira, fica-se com uma vontade imensa de «botar isto tudo abaixo» e fazer tudo de novo, mas desta vez «em bom».

«[O Parlamento] vale tanto como a Assembleia Nacional do Salazar. Eles não valem nada, não têm voz activa».

«Salazar dizia ‘ninguém mia’ e ninguém miava. Agora é um fingimento, quem está na Assembleia são os tipos escolhidos pelo chefe do partido, se miam não entram na legislatura seguinte e como vivem daquilo têm de não miar».

«O Alegre falou, correram com ele, ao Manuel Maria Carrilho deram-lhe um lugar bom em Paris, o Cravinho começou a mexer na corrupção deram-lhe um lugar em Londres. E aqueles outros que não podem ir para Londres nem para Paris, calam-se».

«É um sistema de saco de gatos, o partido mete lá [nas listas] 20 pândegos. Contaram-se os votos, saem cinco e o senhor foi um dos cinco que saiu».

«[O programa] Novas Oportunidades é uma trafulhice de A a Z, é uma aldrabice. Eles [os alunos] não sabem nada, nada».

«[Os alunos] fazem um papel, entregam ao professor e vão-se embora. E ao fim do ano, entregam-lhe um papel a dizer que têm o nono ano [de escolaridade]. Isto é tudo uma mentira, enquanto formos governados por mentirosos e incompetentes este país não tem solução».

«O que é que vai fazer com esta cambada, de 14, 16, 20 anos que anda por aí à solta? Nada, nenhum patrão capaz vai querer esta tropa-fandanga».

«Se você não avalia os alunos, como vai avaliar os professores?».

(Medina Carreira, «JN»)

2 thoughts on “9 de Dezembro de 2009 – Medina Carreira, «a rasgar»

  1. (“O homem quando fala, fala alto e a sério. Sem «papas na língua»…)
    Claro que se este nosso País fosse “a sério”, de cada vez que ele espirrasse ou tossisse…
    Iniciava-se mais um plano de contingência tipo gripe (pode ser A, pode ser B, mas se fôr D – e, no for Dê, nada de abrasileirar a pronúncia senão temos que pagar direitos de autor a alguém…
    Sinal dos tempos ou chamar os bois pelos nomes? Louvável atitude, já que, aquilo que muitos sentem, no pêlo, nem sempre pode ser dito por quem sente!
    (quanto a novas oportunidades…nem as pedras parideiras acreditam nessa “curtura” em papel A4)
    Que sigam as Conferências do Casino…
    Nem sempre se joga para perder.

  2. Medina Carreira é conhecido por este seu estilo.

    Aliás, de acordo com ele há 20 anos atrás, hoje já não haveria Portugal e seriamos todos espanhois, mas a verdade é que ainda cá andamos.

    Os catastrofistas sempre mereceram tempo de antena.

    Não percebo tanto ódio contra as Novas Oportunidades que melhoram as qualificações das pessoas. Podia ser melhor? Claro que podia, mas já é alguma coisa. Por exemplo, muitos portugueses que nunca tinham mexido num computador, têm aí a oportunidade de aprender algo.

    A Novas Oportunidades contaram com o apoio de vastos empresários, portanto algum valor devem ter. Recordo que na publicidade às Novas Oportunidades participaram Paulo Azevedo, da SONAE, Rui Nabeiro dos Cafés DELTA e Alberto da Ponte, da SAGRES.

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