O conceito de autarquia indica poder sobre si próprio, ou autonomia, mas, também e ao mesmo tempo, poder absoluto. No âmbito local, apesar de estas definições, por vezes, coexistirem, o foco do conceito está, cada vez mais, numa justa e equilibrada gestão dos recursos endógenos, no planeamento e na gestão urbanística e na procura de formas de bem-estar comum. O universo autárquico tem vindo, progressivamente, a ganhar competências e a gerir, localmente, os seus recursos, que, anteriormente, estavam sob alçadas ministeriais. Tem sido este o caminho da regionalização, a que uns têm tentado fugir e a que outros têm aderido entusiasticamente. Hoje surgiram uma boa e uma má notícia, se as podemos classificar como tal. Por um lado, ficou a conhecer-se uma nova plataforma de intervenção e de cidadania. Por outro, uma possibilidade de os chamados «dinossauros» autárquicos estarem, possivelmente, a ver na regionalização uma possibilidade de carreira, usando da sua capacidade de pressão política para tal.
Comecemos por aquela que parece ser a notícia menos má. Surgiu, recentemente, na internet, o portal Autarquias.org, pretendendo ser um espaço de debate e de alerta para a resolução dos problemas que vão afectando, no dia a dia, as populações. Desta forma, os utilizadores podem, como diz o próprio portal, «reportar, ver, partilhar ou debater problemas do seu Município», contribuindo, assim, de uma forma activa, para o bem-estar dos seus concidadãos.
A notícia menos boa vem no «Jornal de Notícias». Segundo um estudo, a limitação de mandatos autárquicos e a (coincidente?) pressão que recentemente alguns autarcas têm feito no que diz respeito ao processo de regionalização estarão ligadas. A tese é de que, não podendo estes políticos (muitos deles de carreira) continuar no poder autárquico, poderiam, eventualmente, «prosseguir carreira» nas estruturas regionais. «São mais de uma centena de autarcas a nível nacional que irão exercer os seus mecanismos de pressão política para acelerar este processo», pode ler-se no texto que o «JN» publica.
São dois olhares, diferentes, que dão que pensar. Cada um da sua forma.
A Boa e… A Menos Boa
«reportar, ver, partilhar ou debater problemas do seu Município»
Dessas portas e portais nada percebo mas acho que… a malta até desabafa mas não chega a lado nenhum.
…
“A tese é de que, não podendo estes políticos (muitos deles de carreira) continuar no poder autárquico, poderiam, eventualmente, «prosseguir carreira» nas estruturas regionais.”
Nada contra políticos de carreira, dedicados e honestos…
E porque desperdiçar “savoir-faire”, “know-how”
E cá está : O Mundo ao Contrário!!!