Pedro Almodóvar está de regresso, com «Los Abrazos Rotos», um filme ao seu estilo, sem ser «mais do mesmo». Ao longo do filme, a trama vai-se «enrolando e desenrolando», retirando-nos do já habitual «torpor hollywoodesco», surpreendendo-nos de vez em quando, e despertando, sempre que possível, os sentimentos de quem vê, com recurso a uma linguagem muito própria. «Abraços desfeitos» fala disso mesmo, de abraços desfeitos, do regresso a encruzilhadas, do desatar de nós e reatar de vidas, da remontagem de um filme de vida com cenas mal escolhidas, recuperando o que se pode recuperar, mesmo que não se possa ver com os próprios olhos, mas sentindo com o resto dos sentimentos. O resto, é preciso ver. Porque, como se diz no filme, «os filmes devem ser sempre acabados».