Os números são da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), e são, no mínimo, preocupantes. Segundo esta organização, no fim de 2010, Portugal deverá ter 650 mil desempregados. Em relação aos números de 2007, estamos perante um acréscimo de 210 mil pessoas que, entretanto, perderam ou perderão o seu posto de trabalho, com tudo o que isso significa em termos de qualidade de vida. Nessa altura, em finais de 2010, a taxa de desemprego, segundo a OCDE, deverá rondar os 12%. Novamente por comparação a 2007, nestes anos verificaremos uma subida da taxa de desemprego praticamente na ordem dos 48%. Por outras palavras, em cerca de três anos o número de desempregados duplica, fazendo, em muitos casos, aumentar a despesa do Estado com subsídios e, mais grave, a precaridade das vidas de milhares de pessoas que nem às ajudas do Estado podem aceder, como no caso dos «escravos modernos» dos recibos verdes, ou os recém-licenciados à procura do primeiro emprego. Mas disto, parece que não é muito importante falar-se em política.