Depois de um intenso debate, em que, muitas vezes, o recurso à manipulação foi quase grosseiro, sucederam-se tempos quase asfixiantes de silêncio. Agora, talvez porque as eleições estão próximas (ou apenas porque o modelo encontrado assim o exigia), chega a tão esperada luz verde para a continuação da estrada que insistem em dizer que nos vai estruturar. A luta por esta obra que, todos concordamos, é vital para nós fica, para mim, bem patente na imagem do desbravamento da «Pedra Má», que o povo, sabiamente, baptizou, e os engenheiros da obra bem puderam comprovar. Enquanto não a tivermos concluída, vamos estar, constantemente, a «partir pedra», contra tudo e contra todos.
Ficará, contudo, sempre presente a questão acerca do traçado escolhido, das curvas sinuosas que, entretanto, surgiram diante de nós, dos imensos viadutos, do gelo que se forma no inverno. Ficará na memória o debate que pugnava por uma solução mais eficaz, mais barata e menos agressiva. Surge, entretanto, a interrogação sobre se será, de facto, a estrada que nos vai estruturar, ou se não seremos nós capazes de nos estruturarmos apesar ou a par da estrada. Se acreditamos em Arouca e nos arouquenses, saberemos que a estrada contribuirá para nos estruturarmos, mas não será ela, por si, a estruturar-nos.
Finalmente será mais fácil trabalhar fora de Arouca.
Eu que trabalho em Santa Maria da Feira desde fim de 2004, aguardo urgentemente esta via.