José Sócrates definiu o seu período de governação como uma «Tempestade Perfeita», no que os especialistas e «opinion makers» convergiram tratar-se de uma clara alusão ao filme homónimo, protagonizado por George Clooney. Raciocinando um pouco, ainda que, eventualmente, com dificuldade e risco de erro, o que Sócrates fez foi, no fundo, «colar» a sua imagem à de Clooney, aquele que todas as mulheres adoram, pelo seu charme de experiência feito. Sucede que Francisco Louçã levantou uma questão pertinente, de seguida. No filme «Tempestade Perfeita», o navio de George Clooney afunda-se e não sobrevive ninguém. É sempre interessante quando a discussão política parte para a metáfora cultural, como o famoso «Concerto para Violino de Chopin», ou, agora, esta «Tempestade Perfeita» cinéfila. Na busca de uma bonança para este «tempo alteroso», aconselha-se a audição do mais recente trabalho de estúdio de Rodrigo Leão, «A Mãe». Normalmente, nestas alturas de «tempestade», fica sempre a vontade de se voltar para a barriga da mãe. Pois bem, esta é uma boa forma de tentar (e, quem sabe, conseguir) fazer essa viagem ao contrário. Até que a «tempestade» passe…