9 de Junho de 2009 – Por que razão não sou de quem ganha?

benficaHá coisas que só conseguimos explicar pela convicção, por uma espécie de identificação, ou, em última análise, pelo sentimento. Pois bem, é um pouco isso tudo que nos leva a sermos de um determinado clube, e, talvez em menor grau, mas ainda assim em boa parte, de um determinado partido ou tendência política. Ou porque nos levam a crer que estamos com os melhores, ou porque em determinada altura é aquele que ganha e não outro, ou por outra razão qualquer, damos por nós, um dia qualquer, a perguntar-nos o porquê de termos aquele sentimento de pertença quase inexplicável, e, às vezes, até a entrar em discussões mais ou menos futebolísticas, em defesa de algo que, afinal, talvez não mereça grande defesa. Depois, como se todas as desgraças ainda não se tivessem dado, o FCP ganha o «tetra», o treinador desaparece, a Direcção cai. Lindo serviço.

marisa-matiasComo se isso não bastasse, na política as coisas também não vão andando famosas. Apesar de tudo, o PSD ganhou as eleições, mas temos de concordar que a sua líder não é «apelativa». Quando no Bloco de Esquerda vemos Joana Amaral Dias ou Marisa Matias «em acção», ou é de mim ou se fica logo com vontade de «virar à esquerda». Há qualquer coisa nas mulheres de esquerda que é absolutamente inebriante. Elas são combativas, inteligentes, independentes, têm uma candura muito própria, mas uma força inigualável, e, ainda por cima, são imensamente atraentes. Assim, não há quem resista. Apetece, de imediato, ser-se também intelectual, inteligente, bem-falante, combativo e intereventivo pela causa da revolução.

joana-amaral-diasMas, apesar de tudo, no que diz respeito à política, a coisa parece estar mais adiantada na resolução, com as faladas «quotas» femininas, que, esperemos, não se traduzam em «kotas». A lei está correcta, precisamos das mulheres na política. Diria mais, precisamos destas mulheres na política. Precisamos de mulheres lindas no poder. Precisamos de mulheres fantásticas nos tempos de antena, nos discursos parlamentares. Mulheres que nos inebriem com o perfume dos seus discursos. Mulheres que nos atraiam com a determinação das suas acções. Também as deve haver de outras tendências políticas, ou serão todas de esquerda? Já no Benfica as coisas se dificultam. Não sei se mesmo com mulheres bonitas a coisa se resolve. A única «tentativa  feminina» do presidente demissionário acabou por passar por Carolina Salgado, de má memória.

Com isto tudo, continuamos na mesma, e, sobretudo na política, tudo o que é bom acaba por estar do lado de lá da «barricada». Numa altura em que toda a gente é unânime ao atribuir a maior vitória ao Bloco, apetece-me perguntar por que razão não sou de quem ganha…

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