A «International Mahler Orchestra» procura reunir os mais promissores talentos da música de vários países, dando-lhes, assim, uma oportunidade de tomarem contacto com o grande repertório sinfónico e experimentarem um crescimento mútuo. A «crítica» tem sido muito positiva em relação a esta formação, que tem no seu jovem maestro, Yoel Gamzou, um dos seus «motores». De referir que a neta de Mahler, Marina, é a Presidente Honorária da orquestra.
Esta orquestra, que podemos conhecer melhor aqui, esteve hoje no Europarque, em Santa Maria da Feira, num concerto cuja primeira parte decorreu sob o signo do violino. O programa aliava o virtuosismo em progressão do português Afonso Fesh (que foi convidado a integrar a orquestra, depois de terminar o 1.º ano da licenciatura com 20 valores), com a experiência de Ivry Gitlis. O concerto decorreu de uma forma mais ou menos intermitente, com Fesh absolutamente em grande em «Poeme», de Chausson, e Gitlis em crescendo, revelando-se na Rapsódia n.º 1 para violino e orquestra, de Bartok, e terminando «em grande» com alguns «encores» em que manifestou (aí sim) a sua candura. Os dois haviam, ainda, de «degladiar-se» no Concerto para dois violinos de Bach.
Independentemente de tudo, e depois de terminado o concerto (com a Sinfonia n.º 3 de Brahms e um arranjo do maestro para uma Suite sobre o Requiem de Verdi), fica a lição dada pela dinâmica desta orquestra, a deixar uma certa mágoa por, em Portugal, não haver esta forma de apoio aos estudantes de música, que quase só praticamente «fechados» nas instituições de ensino superior de música podem «ganhar asas» (poucas), ainda que, com muita dificuldade, alguns projectos espontâneos vão surgindo. Talvez as autarquias acordem para esta realidade, e «agarrem» estes projectos. Estariam a fazer tremendamente bem à cultura.