Ontem, a Agência Lusa fez publicar um texto que, rapidamente, chegou a vários órgãos de comunicação social, que o foram reproduzindo. Vale a pena ler e reler, porque quase de certeza que, com esta recuperação, estamos a escrever uma página (ainda que pequena) na história de Arouca.
Arouca, 14 Mai (Lusa) – O órgão de tubos do Mosteiro de Arouca, que o ministro da Cultura inaugura sábado depois de um restauro orçado em 380 mil euros, é “excepcional” por diversas razões, defendeu hoje Nicolas Roger, organista titular do templo e também do Santuário de Fátima.
Além de evidenciar “especificidades particularmente desenvolvidas no que se refere à produção da escola de organaria ibérica, integra teclado manual e teclado de pés” o que é invulgar.
Segundo Nicolas Roger, “os órgãos ibéricos só têm um teclado com uma oitava curta, não têm pedaleira e os registos repartem-se pelo lado esquerdo e direito do órgão, divididos em baixos e agudos”.
O exemplar de Arouca é, nesse contexto, “um órgão muito grande, com tubos de quase seis metros de altura, e tem uma palhetaria horizontal muito desenvolvida”.
Com 1352 vozes e 24 registos envolvidos por uma caixa de talha dourada, o instrumento de sopro tem um efeito que “é preciso ouvir para perceber bem”.
No entanto, Nicolas Roger garante: “O seu som enche muito mais”.
Para o músico, o restauro que a empresa Gerhard Grenzing concluiu no final de 2008 veio “devolver o órgão ao seu estado de origem” – corrigindo “o mau estado dos foles, as fugas de ar e a afinação dos tubos”.
“É um testemunho fantástico dos tempos antigos”, frisou.
Ivo Brandão, que é organista auxiliar no Mosteiro de Arouca e também tocou o órgão antes de esse ser recuperado, partilha da mesma opinião: “A qualidade sonora é agora muito melhor e a afinação completamente diferente”.
O músico realça que a intervenção de restauro foi de âmbito global e, considerando o actual bom estado de tubos, foles e alimentação de ar, salienta que “tudo isso interfere para que o órgão tenha recuperado uma sonoridade muito mais próxima da que tinha na altura em que foi construído”.
Para Ivo Brandão, se antes o instrumento “ficava muito aquém das expectativas”, hoje revela-se apto a acompanhar eventos litúrgicos e culturais “com a dignidade e qualidade que merece”.
Para assegurar que haverá sempre quem saiba executar o órgão de tubos do mosteiro de Arouca, as entidades envolvidas na gestão do equipamento estão a equacionar a criação de uma escola que possa formar organistas de acordo com os requisitos técnicos e a sensibilidade artística próprios dos órgãos de tubos ibéricos.
Lusa
Arouca tem de facto coisas fantásticas e o órgão de tubos é uma delas. Concluído o restauro mais que necessário, é agora tempo de o ouvir no seu melhor.
É hoje!!
A música que vos corre no sangue vai fazer-se ouvir através dos grandes tubos do órgão do Mosteiro e eu não vou perder a oportunidade de ouvir, por nada.
Vou arrepiar com certeza e não vai ser de frio.
Como se costuma dizer , “parte uma perna”. 🙂