A edição de hoje do jornal «El Pais» traz uma reportagem avassaladora, com um título que diz bem ao que vem: «Una epidemia de la que no se habla». E prossegue no sub-título: «Sem repercussão mediática, a África ocidental enfrenta, há meses, um dos piores surtos de meningite da sua história, com 1900 mortos e mais de 56 mil casos declarados».
A notícia surge quando o foco da «comunidade internacional» está centrado na «Gripe A», ou «H1N1», que vitimou 44 pessoas e terá contagiado cerca de outras 1000, em cerca de 20 países. Enquanto isso, África volta a ser literalmente dizimada por uma doença cuja prevenção e tratamento são relativamente simples, e, nas «condições normais» de um país dito desenvolvido, é facilmente resolvida, através da vacinação.
Os «Médicos Sem Fronteiras» têm já 270 grupos a trabalhar no terreno, vocacionados para a vacinação. Mas África é um território imenso, e é necessário chegar-se a quase 300 milhões de pessoas. Nós, por cá, continuamos preocupados com o «nosso quintal», a contabilizar casos, a fazer pontos de situação que não acrescentam muito aos anteriores. Esquecendo que África também fica ali ao lado.
Tens toda a razão no que dizes, realmente só o nosso “umbigo” interessa. Somos muito egoístas, egocêntricos. Não custa assim tanto estender a mão a quem necessita mesmo. É triste constatar que não nos consideramos todos iguais, embora seja isso que se grita aos 4 ventos…
Abraço, fica bem.